24/07/07
Estou no meu pai em Campo Bom, vou passar a semana aqui, fazia tempo que não vinha para cá, tanto que nem me lembro quando foi a última vez. A gente não costuma vir visitar meu pai tanto assim e as últimas vezes eu não pude vir causa do curso de desenho aos sábados. Nem quando meu pai ficou doente e foi internado no hospital eu vim, mas fiquei muito preocupado, só de pensar me dava um aperto, ainda bem que deu tudo certo e ele logo melhorou. A última vez que eu tinha vindo aqui minha irmãzinha mal falava, agora ela não cala a boca, é uma matraca só. Ela deve ter crescido um monte também, mas eu não reparei muito nisso, para mim ela continua igual. Eu gosto de vim para o meu pai, aqui não tenho internet e com isso não passo o tempo todo na frente do computador. Eu aproveito para ler, ficar ouvindo música e principalmente pensando, apesar de nem sempre eu conseguir ficar sozinho, aqui é uma zoeira. Mas quando me deixam no meu canto é bem proveitoso. Tive lembranças felizes, tristes, nostálgicas, antigas, recentes, são várias as características, mas as personagens são poucas. A filha da minha madrasta passou o dia todo me perguntando coisas de uma guria que a tempos não vejo. Essa guria era filha de uma amiga da minha madrasta, era 3 anos mais nova que eu e minha madrasta vivia incomodando nós dois com brincadeiras de namoro e coisas do gênero. Ela incomodou tanto que nós acabamos ficando, escondido lógico, se já era um saco aturar ela quando não tinha acontecido nada, imagina se ela soubesse que a gente ficou. Claro que minha madrasta acabou sabendo de uma história, a qual ela fez questão de distorcer e de contar para qualquer pessoal sempre que eu estou presente. Não vou contar aqui a versão dela porque se fizesse isso teria que contar também a versão verdadeira e isso não quero fazer, em vez disso vou contar da primeira vez que ficamos. Essa guria foi uma das primeiras que eu fiquei, não lembro bem quando foi, mas faz tempo. Na época meu pai ainda morava em Porto Alegre e nós tínhamos ido almoçar na casa de uma das irmão da minha madrasta em Campo Bom, eu acho, e ela foi junto. O carro estava cheio, nem sei como coube todo mundo, estavam uns por cima dos outros. Enfim, na viagem de volta, ela ficou do meu lado no carro e nós ficamos trocando olhares. Já no apartamento do meu pai em Porto Alegre, não sei porque, mas todos saíram e deixaram eu e a guria sozinhos no apartamento, daí a gente ficou. Acho que até hoje ninguém sabe disso, o que é estranho, pois a mãe da minha madrasta viu nós dois juntos. Mas fazem anos que eu não a vejo, minha madrasta brigou com a mãe dela e eu perdi contato. Recentemente até tentei achar ela no orkut, mas eu só sei o primeiro nome dela e não posso perguntar algo sobre ela se não vão pegar no meu pé, e eu nem sei se ela tem orkut. Talvez um dia a gente se encontre, mas acho difícil, é como ouvi em algum lugar que não lembro onde: “brigas de adultos são sempre mais complicadas e sérias, difícil de voltar atrás”. Outra coisa que pensei muito foi este último fim de semana. No caminho até meu pai vi várias placas escrito Taquara, também tinha uma colega do meu pai no carro que tinha sobrinhos que moram em Parobé e meu pai falou de uma irmão da minha madrasta que mora em Parobé e havia oferecido uma casa para o meu pai se mudar para lá. Isso tudo me ajudou a lembrar bastante, mas nem era preciso, pois coisas boas são difíceis de esquecer e eu gostei bastante de ir lá. Eu gosto dessas viagens. Isso tudo me lembra da viagem que eu não fiz e provavelmente não chegarei a fazer. Tinha uma guria da faculdade que mora no interior e que eu era tri amigo e não via a hora em que eu iria visitá-la na sua cidade. Infelizmente a gente se afastou antes que isso se tornasse realidade e com tudo que aconteceu, acho difícil que eu receba um convite desses.